O Menino da Lista de Schindler

Título: O Menino da Lista de Schindler

Autor: Leon Leyson com Marilyn J. Harran e Elisabeth B. Leyson

Editora: Rocco

O Menino da Lista de Schindler é uma biografia de Leon Leyson, judeu, e sobrevivente do holocausto.

Ele começa o livro nos contando sobre sua infância em Narewka, uma aldeia rural no nordeste da Polônia. Levava uma vida modesta, porém tranquila.

Logo no primeiro capítulo, ele descreve suas brincadeiras com os irmãos - como mergulhar em rios, sua estrutura familiar - tinha 5 irmãos,  morava com o pai e a mãe, até que o pai foi promovido a trabalhar em Cracóvia. Demorou alguns anos para que o pai tivesse condição de levar os filhos e a esposa para lá também. Toda sua família vivia em Narewka, assim, durante a ausência do pai, esteve próximo do avô o tempo todo.

Nascido Leib Lezjon, ele relata de pronto:

“A vida parecia uma viagem sem fim e livre de preocupações. Por isso, nem mesmo o mais assustador dos contos de fadas poderia ter me preparado para as monstruosidades com as quais me depararia poucos anos mais tarde (...)”


Quando finalmente Leyson e sua família tiveram condições de viver juntos novamente em Cracóvia, ele relata o quão maravilhado ficou com a “cidade grande”. Cracóvia tinha prédios, e eletricidade. Ele e seus irmãos exploravam a cidade, encantados. Os amigos que logo fizeram achavam graça do fato de eles acharem tudo extraordinário.

Mas o encantamento em pouco tempo passou a ser preocupação. Já em 1938 Leon relata preconceitos com judeus, inclusive em sua própria escola. Seus antigos amigos pararam de falar com ele, e o xingavam na rua.

Além de fatos conhecidos, como a Noite dos Vidros Quebrados, em 9 de novembro de 1938, em que sinagogas e propriedades judaicas foram destruídas, e judeus espancados e assassinados.

Nesse momento, varias restrições aos judeus foram impostas. Não podiam passear nos parques, por exemplo. Leon conta que saia e sentava nos bancos proibidos. Sendo loiro e fluente em alemão, ninguém desconfiava que fosse judeu. Ele relata que fazia isso para provar que podia sim, fazer as coisas que o proibiram. Como se desafiasse os alemães nazistas, sem que estes soubessem.

Relato de Leon Leyson

No verão de 39, todos já estavam se preparando para a guerra. Leon conta da invasão alemã em Cracóvia, e da prisão de seu pai, por ter desacatado a policia alemã.

Com as restrições aos judeus, após sua prisão, Moshe, pai de Leon, não podia mais trabalhar na fabrica de vidros que trabalhava. Porem permaneceu no trabalho ilegalmente, não constando na contabilidade da fabrica, e praticamente não recebendo nenhum salário.

Um dia, mandaram-no ir à fabrica de esmaltados que ficava do outro lado da rua. O novo dono, um nazista, precisava que abrissem um cofre. Moshe não fez perguntas, foi lá, e fez o que fora pedido. Ele não imaginava que isso era a melhor coisa que podia ter acontecido e que por muitas vezes salvaria sua vida. O nazista era Oskar Schindler. E desejava contratá-lo para trabalhar para ele.

Schindler produzia potes e panelas esmaltados para os alemães, uma linha de produção que geraria um lucro grande e constante, pois ele podia explorar trabalhadores poloneses a salários baixos e judeus a salário nenhum.

Dava aos judeus somente alguns pedaços de pão ou carvão, como pagamento.

Trabalhar para Schindler significava ter um documento de trabalho oficial. Assim os judeus não podiam ser presos ou forçados a outros tipos de trabalho.

Mesmo quando os judeus tiveram que se mudar para guetos isolados na cidade, Moshe continuou trabalhando na Emalia, fabrica de Schindler. O que o dava permissão para entrar e sair do gueto. Porém o resto de sua família não tinha esse privilegio. Vivendo à míngua no gueto, e em condições desprezíveis.

Leon conta a sobrevivência no gueto, e vezes que conseguiu escapar por pouco de ser enviado para os campos de concentração.

Mas em determinado momento foram todos enviados para o campo de de Plaszów. Os judeus que trabalhavam em fabricas alemãs obtiveram o direito de morar em um campo anexo às fabricas.

Assim, Moshe implorou a Oskar Shindler que também contratasse a sua esposa e seus filhos.

Após um ano sobrevivendo ao campo de concentração, Leon e sua família estariam novamente juntos, na Emalia. Leon era o funcionário mais novo da fábrica, e logo ficou claro, que pouco eficiente. Mas aparentemente Oskar Shindler não se incomodava.

Quando a fabrica se mudou para Brünnlitz, com a intenção de fabricar munições para a guerra, Schindler fez questão de levar consigo todos os funcionários judeus, dizendo que eram imprescindíveis, e precisando, para isso, subornar outros nazistas.

Schindler conseguiu manter em sua fabrica mais de 1200 judeus, que foram salvos do holocausto. Ele os libertou ao fim da guerra. Cada um tomou o rumo que lhe foi possível, mas todos foram eternamente gratos a ele.

Leon e seus pais foram para os EUA. Dois de seus irmãos morreram na guerra, e dois foram viver no Oriente Médio.

Leon trabalhou para o exercito americano, e posteriormente completou seus estudos, virando professor. Demorou muitos anos para que as pessoas a sua volta conhecessem sua história. Ele não falou sobre a guerra por muito tempo. Casou-se e constituiu família.

Somente após o filme “A Lista de Schindler”, passaram a procurá-lo para entrevistas. Ele foi resistente de inicio, mas passou a falar, dar entrevistas e palestras, com o passar dos anos.
Leon fala de sua família. De sua esposa, de seus filhos e netos, no fim de sua história. E com um posfácio, seus filhos falam sobre ele. Morreu em 12 de janeiro de 2013, com pouco mais de 80 anos.

Sua história, de um sobrevivente improvável do holocausto, impressiona e emociona. Essa resenha não da conta de expor toda a humanidade que havia nele. É preciso ler o livro! 

Leon Leyson, na famosa Lista de Schindler. nº 289



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Mais sobre a história: Sugiro para quem ficou interessado no livro, ver primeiro o filme A Lista de Schindler, para que possa entender melhor o contexto do livro. 


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